Uma garota buscando seu rumo, seu destino. Uma família que tenta entrar nos eixos. Uma história com início, mas o fim... ainda buscamos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Capítulo 24 - Pista

“Samantha, precisamos saber se ele ainda está no hospital! Logo chegarão os policiais daqui, e junto com eles vou observar melhor o lugar e ver o que mais posso encontrar. Enquanto isso, porque você não vai para a casa de alguma amiga, e se desliga um pouco disso tudo?”
Apesar de imaginar a ligação de meu pai com isso tudo, ver com meus próprios olhos as provas, ainda me deixou um pouco abalada. É aquela velha esperança que a gente sempre guarda de que tudo pode ser só fantasia da nossa cabeça.
“Nick, eu não quero sair daqui, não quero descansar...”.
“Eu entendo Sam, mas você vai nos ajudar bem mais se afastando um pouco e nos deixando trabalhar! Com certeza mais tarde vamos chama-la e você ficará a par de tudo. Eu prometo!”
Seus olhos me fitavam com ar suplicante, como se quisesse me manter longe de tudo e de todos, para me proteger. Ele falava com voz firme, em tom alto, mas mesmo assim eu sentia uma grande ternura em cada palavra. Suas mãos seguravam firmes em meus braços, e me assustou ver aquela atitude. Mas eu o abracei, respirei fundo, e me senti feliz por ter alguém pra me segurar no meio daquilo tudo.
Não sei dizer o que Nick sentiu, mas ele retribuiu o abraço em mesma intensidade. Foram os meus únicos segundos de calma, depois de dias inteiros de angústia. Quando nos afastamos, eu já me sentia melhor, as coisas já não pareciam mais tão horríveis.
Comecei a pensar em algum lugar pra ficar, por algumas horas que fossem. Eu nunca fui muito popular, então mesmo Dows sendo uma cidade tão pequena, ainda assim eu tinha contato somente com uma pessoa: Karen.
“Ok Nick, então eu vou! Mas me prometa que vai me avisar de tudo. Não quero perder nenhuma chance de encontrar mamãe, não importa onde ela esteja ou o que possa ter acontecido, você me entende?!”
Ele sabia o que eu queria dizer, e compreendeu. Balançou a cabeça em sinal positivo, com expressão indecifrável. Eu não sabia dizer se ele estava com medo, confiante... Eu não conseguia compreender, e nem imaginar o que estava se passando em sua cabeça naquele momento. Isso me deixava angustiada. Mesmo assim dei as costas, e fui andando. Havia um policial na porta, era um dos que nos ajudaram na noite em que esse pesadelo começou.
“Olá Sam! Onde você está indo?” – Perguntou com ar de compaixão.
“Vou ficar na casa de Karen por algum tempo, Nick pediu que eu me afastasse... Vocês precisam trabalhar!”
“Ele está certo querida! Acalme-se, tudo ficará bem. Vamos encontrar sua mãe!”
Aquele policial me olhava como se visse uma criança assustada, e talvez era isso mesmo que eu estava sendo neste momento.
Não respondi nada á ele, só continuei andando. A casa de Karen não era longe dali, só algumas ruas. Fiquei pensando um pouco no que fazer agora. Eu precisava saber o que fazer quaisquer que fossem as notícias de Nick. Não me agradava nada não ficar por perto, acompanhando tudo que estava acontecendo, mas eu também só atrapalharia ficando lá.
O que mais eu podia fazer... Talvez rezar! Nunca fui muito religiosa, mas enfim. Dizem que Deus está sempre conosco, então... É com ele que vou falar. Mudei meu rumo e segui em direção á igreja, talvez lá as coisas ficassem melhores dentro de mim.
Logo que cheguei, vi que havia somente uma pessoa. Uma mulher de cabelos longos, ruivos. Ela estava sentada onde mamãe costumava ficar. Lembrei que ela sempre me dizia pra rezar, porque se um dia ela não estivesse ali pra cuidar de mim, Deus ia me proteger.
Será que esse Deus tem as respostas que eu preciso agora. Sentei no último banco, baixei a cabeça e me concentrei em algumas orações que mamãe insistiu pra que eu decorasse, e agora até faziam sentido. Quando dei por mim, a mulher ruiva estava parada de pé ao meu lado! “Samantha! Porque você está aqui na cidade?”

Um comentário:

  1. Quanto mistério!!!

    Estou adorando ler o Diário...
    e cada dia, mais curioso com os próximos
    capítulos que surgirão =P

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