Uma garota buscando seu rumo, seu destino. Uma família que tenta entrar nos eixos. Uma história com início, mas o fim... ainda buscamos.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Capítulo 21 - Surpresa

“Obrigada Nick! Não sei o que eu faria se não tivesse alguém comigo agora. Provavelmente estaria muito perdida!” Essas palavras saíram num impulso tão involuntário, que eu me espantei quando percebi que já havia dito.
Ele me olhou, com um pouco de confusão, talvez não esperasse tal agradecimento.
“Por nada Sam. Esse é o meu dever. Mas sabe...tem uma coisa que eu queria lhe dizer!”
Meu coração disparou e meus olhos encheram de água. O que é isso, o que está acontecendo? E essa borboleta idiota que não para de bater asas no meu estômago. Fale logo Nick, antes que essa angústia me consuma (eu pensei). “Sim, o que é?” - Foi só o que consegui formar em fala.
“Você é uma garota tão diferente das tantas que conheci. Vejo que sempre procura ver além das pessoas, procura ver o fundo das almas, e não somente o que aparentam! Confesso que me impressionei com isso. Você chamou minha atenção, desde a primeira vez em que nos vimos. Mas...”
Percebi que Nick procurava palavras, ele parecia ter medo do que ia falar. Mas eu agora olhava mais fundo suas expressões, talvez por não saber se ele estava sendo mesmo o “Nick” ou se estava sendo o “Investigador Profissional”.
O apito do trem soou, o que significa que é a nossa parada! Eu olhava para Nick suplicante para que ele concluísse aquela frase.
“Bem é aqui que descemos, é melhor conversarmos depois, temos muito o que fazer não é Sam!”
Foi o que eu imaginei! Talvez seja melhor não saber o que ele diria. O que me importa agora é ver mamãe, nem acredito que já estamos quase chegando.
Descemos do trem em silêncio, não havia bagagem, pois eu só levava minha mochila, assim como Nick. Ele andava cuidadosamente atrás de mim, imaginei que fosse pelo fato de não conhecer a cidade. Confesso que gostei da sensação de estar no meu “território”. Ao menos aqui eu teria a certeza de saber o que estava fazendo, e pra onde estava indo .
“Sam, a sua casa é perto daqui? Do contrário já podemos chamar um táxi!” Nick falava num tom calmo, me parecia calmo demais.
“Podemos ir andando, é bem próximo. E também só há a família Thompson que faz esse tipo de serviço, até que um deles chegue aqui já estaremos na minha casa!” Meu comentário foi seguido de risos tímidos, o momento não permitia mais do que isso. Sentia minhas pernas trêmulas, por causa do cansaço, mas principalmente pela ansiedade em ver logo mamãe!
“Sam, eles ainda são os únicos que têm táxi aqui em Dows? Da última vez que estive aqui, era o Sr. George Thompson quem comanda tudo! Ele ainda está vivo?”
Aquilo que Nick estava dizendo passou como um tiro por meus ouvidos! Como ele conhecia a cidade, e não conhecia á mim!?
“Nick, você já esteve aqui? Como pode ser...” Eu não encontrava palavras, fiquei parada na calçada, e ele me olhava como se acabasse de lembrar que isso era um segredo!
“Sam vamos andando, por favor! Eu vou te contar mais algumas coisas sobre mim.”