Uma garota buscando seu rumo, seu destino. Uma família que tenta entrar nos eixos. Uma história com início, mas o fim... ainda buscamos.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Capítulo 8 - Medo

Havia um quarto para cada um de nós, tudo preparado para nossa chegada. As roupas de cama estavam impecáveis, os quartos muito arrumados. Eu não sabia que tia Mad estava esperando nossa visita com tanta ansiedade. Assim que coloquei minha mala em cima da cama ela entrou no quarto.
Samantha, querida. Posso falar com você um instante?” ela disse com um tom calmo e acolhedor. Um leve sorriso em seus lábios. Me lembrava muito mamãe, quando queria me fazer sentir bem.
“Claro Tia Mad! O que houve?”
“Sei que não vai ser fácil essa mudança de ambiente, percebi também que Alice talvez não tenha compreendido muito bem o que está acontecendo.”
“O que eu gostaria de lhe dizer, é que vocês podem ficar aqui todo tempo que for preciso minha querida. Sei que você e Chris estavam ajudando Caroline com as contas. Ela me contou na carta que vocês estavam sempre preocupados com isso. Tente não pensar mais nessas coisas, eu já mandei algum dinheiro á ela, e tenho certeza de que logo vamos convencê-la a vir morar aqui conosco!”
Parece que ela sabia exatamente o que eu precisava ouvir. Tudo que havia acabado de dizer me libertou de um peso imenso. Eu estava preocupada com mamãe, não fazia ideia de como ela ia se virar, agora que eu e Chris não estávamos lá!
Tínhamos um emprego numa lanchonete. Chris trabalhava na cozinha, e eu ajudava a servir as mesas. Sabe... eu gostava daquele lugar. Os donos nos consideravam quase que da família. Sabiam de nossos problemas – assim como todo o resto da cidade. Mas mesmo assim, nos acolhiam e prestavam ajuda sempre que precisávamos.
“Obrigada Tia Mad, nem sei o que dizer, confesso que ficamos com medo, não sabíamos se você havia recebido a carta, porque não tivemos resposta...”
“Como assim Samantha? Eu sempre respondi á todas as cartas de sua mãe. Ela me avisou que vocês viriam, eu respondi á ela dizendo que não havia nenhum problema, que vocês poderiam ficar aqui todo o tempo necessário!”
Ela disse aquilo tão rápido e com tanto espanto que eu quase não compreendi. Senti no seu tom de voz agonia e medo.
“Mas Tia Mad, nós não recebemos nenhuma resposta sua, com certeza mamãe teria nos avisado!” eu estava apavorada, passavam muitas coisas na minha cabeça, eu não sabia o que pensar! Mas nada do que eu imaginei era bom. Ela logo percebeu que eu havia ficado horrorizada com a possibilidade de papai...
“Calma querida, talvez a carta tenha chegado só agora, você sabe como é demorado ás vezes!” sua voz novamente tinha um tom suave, mas eu sabia que aquilo era só pra me acalmar, nem mesmo ela acreditava no que estava dizendo.
Eu sabia que a alegria estava grande de mais. Não que eu seja uma pessoa pessimista, mas a minha realidade me ensinou a ver as coisas de uma forma cuidadosa.
Eu precisava descobrir se mamãe realmente havia recebido a carta. E se não, precisava saber o que aconteceu.

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