Uma garota buscando seu rumo, seu destino. Uma família que tenta entrar nos eixos. Uma história com início, mas o fim... ainda buscamos.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Capítulo 7 - A chegada

O homem parou de frente para Chris, muito próximo. Eu percebia em seus olhos um misto de espanto e euforia, como se conhecesse Chris há muito tempo. Eu vi que estava certa.
Chris, meu Deus! Como você cresceu rapaz. Andou comendo fermento? Tenho certeza de que não faz ideia de que eu seja não é?!” disse ele com muita empolgação na voz.
“Há algo de familiar em você, mas eu não consigo me lembrar” Chris respondeu um pouco menos tenso, como se a lembrança do homem fosse boa.
“Sou seu tio, Ben! Ah, mas é claro que você não se lembra, da última vez que nos vimos ainda nem conseguia caminhar! E veja agora como está enorme!”
Os olhos de Chris brilharam de satisfação. Eu me lembrava de mamãe falando sobre Tio Ben, Chris com certeza também lembrava.
Os dois se abraçaram, em meio a gargalhadas. Aquilo foi como tirar o mundo das costas de Chris. Agora ele se sentia confiante. Tudo havia dado certo.
Tio Ben nos levou até a casa deles. Alice e eu conhecíamos somente Tia Abigail Madison, a qual nós chamávamos de Mad. Quando ela nos visitava em Dows, sempre nos contava que o Tio Ben não podia vir, por causa de seu trabalho. Ele era chefe dos bombeiros de Des Moines, poderia ser chamado a qualquer momento. Viajar dificilmente estava em seus planos.
Nós nunca havíamos visitado a casa de Tia Mad, mas era exatamente igual á que ela nos mostrava nas fotos. Uma casa azul claro, com enormes janelas brancas. Eu imaginava que aquela casa devia ser muito aconchegante, mas quando entrei, vi que era muito mais. Era como se fosse um abrigo seguro, um lugar aonde eu poderia me proteger, não só das coisas que me dão medo por fora, mas de tudo que me atormenta em pensamentos.
Era quase que como entrar no céu.
Uau, que casa gigante!” Alice, tanto quanto eu e Chris, estava deslumbrada com o tamanho e a beleza da casa.
“Oh garotas, que saudades. Chris, você não vai parar de crescer?!” Tia Mad entrou na sala, trazendo mais alegria ao ambiente. Deu-nos um abraço forte, numa recepção calorosa. Disse que logo o almoço estaria pronto, e pediu ao Tio Ben que nos acomodasse em nossos quartos.
Era incrível como tudo parecia bem naquela casa. Tão diferente de Dows, onde o clima sempre era tenso, e eram raros os momentos de descontração. Talvez eu ainda estivesse estranhando tantas mudanças, mas meus pressentimentos ainda não eram bons. Sentia como se algo fosse acontecer a qualquer momento. Mas talvez fosse só o medo de ter tanta alegria.

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